Por: Salvador Vázquez
Sempre falámos com a tecnologia através de instruções sintácticas; em 2000, fizemo-lo com linguagens como Java e PHP para criar produtos digitais consumidos através da Internet. Hoje, na era da inteligência artificial, a sintaxe é a nossa própria linguagem, permitindo aos utilizadores não só criar produtos adaptados às suas necessidades específicas, mas também aproveitar os seus próprios dados para gerar experiências personalizadas. Vejo startups a capacitarem os seus clientes para serem criadores dos seus próprios produtos digitais, impulsionados pela integração de dados que os torna mais relevantes e únicos.
No passado, a criação de produtos digitais era um território reservado a quem tinha conhecimentos técnicos em linguagens de programação. No entanto, a IA está a quebrar estas barreiras, permitindo a qualquer pessoa, independentemente dos seus conhecimentos técnicos, dar vida às suas ideias.
Como é que isto está a acontecer?
A IA, através do processamento da linguagem natural e da aprendizagem automática, está a transformar a forma como interagimos com a tecnologia. As plataformas “no-code” ou “low-code” permitem aos utilizadores criar aplicações e soluções digitais simplesmente descrevendo o que pretendem, utilizando a sua própria linguagem. A IA encarrega-se de traduzir estas instruções em código executável, eliminando a necessidade de competências de programação.
O poder da personalização
Para além da facilidade de criação, a IA está a levar a personalização a níveis sem precedentes. As startups estão a aproveitar o poder dos dados para oferecer aos clientes a capacidade de criar produtos e experiências digitais únicos, adaptados às suas necessidades e preferências individuais. Imagina, por exemplo, uma plataforma de comércio eletrónico que permite aos utilizadores desenharem as suas próprias roupas utilizando a IA, ou uma aplicação de fitness que gera planos de treino personalizados com base nos dados biométricos de um utilizador. As possibilidades são infinitas.
O papel das startups latino-americanas
As startups latino-americanas têm uma oportunidade única de liderar essa revolução. Com a sua capacidade de inovação e o seu foco na resolução de problemas locais, podem desenvolver soluções que capacitam os utilizadores e transformam a forma como interagimos com o mundo digital. Neste novo paradigma, a sintaxe torna-se a linguagem universal da criação e a IA torna-se o motor que impulsiona a inovação e a personalização. As startups que conseguirem dominar essa linguagem e aproveitar o poder dos dados serão as que liderarão o futuro da economia digital na América Latina.